16 de out. de 2010

Artigo: Controle de Treino (Roger Augusto Gouveia)

Controle de treino

Quinta, 04 Fevereiro 2010 22:54 Roger Augusto

Introdão

Este estudo teve como referência uma equipa de futsal masculino da divisão nacional A de Espanha, com um microciclo de 7 a 8 unidades de treino, (junto microciclo).

São cada vez mais os meios de controlo de trabalho dos treinadores e preparadores físicos. O nível muito equilibrado de jogadores em termos técnico / tácticos, o aspecto físico, torna-se parte ainda mais relevante no pormenor da vitória ou pela disputa da mesma. Penso que o aspecto físico é determinante, um jogador bom tecnicamente e Tacticamente, se estiver bem fisicamente poderá ser muito bom ou excelente." Realizamos um trabalho que poderá ajudar ainda mais a entender o que realmente se passa num jogo de futsal.

Comentários de alguns dos treinadores da liga de Honor de Espanha e Itália, a questão: Pode um jogador superar uma, mal preparação física, por um conceito táctico bom?

José Venâncio (antigo treinador de Lobelle de Santiago)

“Sim, porque este jogo e táctico, se o jogador souber pensar o aspecto físico o que faz e ajudar e executar a parte técnica, esta claro que se não esta bem fisicamente e esta bem tacticamente pode ser uma ajuda valida, isso não quer dizer que te tenhas que conformar com isso, o jogador tem que estar nas melhores condições físicas, tácticas e psicológicas.”

Duda (treinador de Pozo Mucia)

“Sim, em determinados momentos, mas ao longo da carreira não, um jogador mal fisicamente pode render se está concentrado.”

Jesus Velasco (treinador de Luparense Itália)

“Sem duvida, sim. O futsal está, sobretudo um desporto de colocação e de antecipação táctica as situações de jogo planeadas.”

Paulo César “PC” (Seleccionador Brasileiro)

“Hoje não, a condição física e fundamental, porque seu potencial individual reside num bom aspecto técnico e táctico. A preparação física está muito unida a táctica para que o jogador possa sempre fazer o melhor jogo.”

Imanol Arregui (treinador MRA Xota)

“Se esta mal fisicamente dificilmente poderá aplicar a táctica, embora exista jogadores muito espertos que podem esconder carências físicas com inteligência, mas tem que existir uma combinação, físico técnico e táctico mas principalmente bom nível psicológico.”

Dados do trabalho

Este trabalho teve aplicação da última tecnologia ao serviço do desporto, pois realizamos um jogo de futsal com duas equipas de quatro jogadores de linha e dois guarda-redes.

A duração do trabalho foi dividida em 4 partes de 10 minutos, com recuperações de 4 minutos entre elas.

Material utilizado

GPSport SPI Elite; (anexo informação do sistema).

Bolas de futsal;

Recinto ao ar livre 40x20;

Conclusões

Uma das principais conclusões deste trabalho é o facto de independentemente do tipo de jogo realizado em termos tácticos eles apresentam índices de máxima velocidade semelhante entre os 21Km e os 23.7Km, quer isto dizer que num sistema de (4:0) ou de (3:1) os aspectos de alta intensidade são os mesmos, o que varia um pouco os aspectos de frequência com que são executados.

Pois em (3:1) a freqüência cardíaca variou entre 176.9% e 178.9% Max. Enquanto num sistema de (4:0) alcançou 182.4% e 182.8% Max. Também é verdade que num sistema de (4:0) o atleta tem um maior desgaste físico, não muito significativo visto que percorre entre (20 a 50 metros) mais que num sistema em (3:1). No fundo este estudo vem fortalecer alguns dos testes já apresentados onde se fala de uma capacidade mista (anaeróbia e aeróbia) (gráfico 1) visto que os aspectos de alta intensidade/sprint têm um total de 171.4 metros enquanto a distancia das acções de trote/corrida é de 776 metros, é fácil entender pois as acções de alta intensidade/sprint são de menor distancia e de maior intensidade. Daí a variação da frequência cardíaca entre 145% e 184,9%Max (média dos 4 tempos). Atenção que as acções principais do jogo realizam-se em alta intensidade/sprint independentemente do aspecto táctico.
As acções físicas trote/corrida estão mais relacionadas com momentos de pausa do jogo (foras, cantos, livres e tácticos, por exemplo, quando pedi a equipa para defender em ½ campo esse tempo de espera enquanto a equipa adversária não chega a essa zona).
Conseguimos também concluir que se realiza uma média de 104 metros por minuto por atleta, em que efectua uma média de 8 a 9 acelerações por minuto, dado muito relevante que reforça a conclusão anteriormente apresentada.
(gráfico 2). O volume de trabalho situa-se numa média de 5300 metros por atleta. Fizemos também uma prova no que diz respeito a ingerência líquidos, uma das equipas com água e outra com bebidas isotônicas existe alguma diferença, verifica-se uma melhor recuperação por parte dos atletas com bebida isotônica, embora o gosto do atleta poderá fazer com que esse aspecto seja menos relevante. Porém aconselho água antes e bebidas isotônicas depois do esforço. Mas se isto for um problema ao nível de custo, aconselho água por vários motivos, um deles por ser mais saudável e ser muito importante repor água ao organismo.


Espero poder ajudar com mais esta investigação, pois para mim tem sido muito importante saber que tipo de jogo posso utilizar com os jogadores que disponho, quer em termos tácticos e técnicos. Disponho de um total conhecimento físico e psicológico com o qual posso especificar o meu treino.
Em breve irei apresentar um sistema de frequência cardíaca em tempo real, com no qual estou a trabalhar."

Agradecimentos

Gostaria de agradecer aos colegas e amigos treinadores que deram a sua opinião, ao colega de investigação Dr.José Barbero pela disponibilidade e prontidão que tem demonstrado, um verdadeiro estudioso nestas questões físicas com o qual tenho o privilégio de cooperar; ao clube Melilla F.S. pela organização e a todos os atletas que participaram neste iniciativa.
A todos muito obrigado.

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